Na Escola Ítalo, o brincar simbólico é mais do que um momento de diversão: é uma prática contínua que permeia o cotidiano das salas e pátios, presente nas interações espontâneas e planejadas. Ao encontrar tecidos, chapéus, utensílios, blocos, bonecos e miniaturas de objetos do dia a dia, as crianças transformam o espaço em cenários de faz de conta, criando narrativas próprias e explorando papéis sociais. Nessas histórias inventadas, cozinham, cuidam, constroem, viajam e resolvem problemas, revelando uma compreensão profunda do mundo ao redor. Baseado em teorias do desenvolvimento infantil, especialmente nos estudos de Jean Piaget, o brincar simbólico é fundamental para a construção do pensamento. Piaget destacou que, durante o período pré-operatório (dos 2 aos 7 anos), as crianças usam o faz de conta para representar a realidade, experimentar diferentes papéis e ensaiar situações sociais. Ao interpretar personagens e cenários imaginários, elas desenvolvem a linguagem, a memória, a imaginação e habilidades cognitivas, construindo conhecimento através da ação e da interação. O papel das educadoras é oferecer um ambiente rico em possibilidades: organizar os materiais, garantir que estejam acessíveis e seguros, e observar atentamente para apoiar, sem direcionar, o processo criativo. Essa escuta atenta permite compreender os interesses do grupo e enriquecer as propostas. A cada nova brincadeira, surgem diálogos, estratégias e descobertas que se entrelaçam com outras experiências, como a exploração da natureza, da água e das artes. Para a Escola Ítalo, o brincar simbólico é uma linguagem poderosa que dá voz às crianças e transforma o cotidiano em um campo fértil para a expressão, a criação e a construção de conhecimento.