Nas salas de bebês e crianças bem pequenas da Escola Ítalo, o jogo heurístico faz parte da rotina e se repete como uma prática constante de investigação silenciosa e intensa. Espalhados em cestos e tapetes, objetos do cotidiano de diferentes materiais (madeira, metal, tecido, cortiça, escovas, conchas, potes, argolas, correntes leves) estão sempre disponíveis para que as crianças explorem com todos os sentidos. Sem instruções prévias, elas cheiram, sacodem, combinam, empilham, enfileiram e descobrem relações entre peso, som, temperatura e textura. O ambiente preparado reduz interrupções e favorece longos tempos de concentração. A proposta se inspira no conceito de jogo heurístico, sistematizado por Elinor Goldschmied, que defende a oferta de coleções ricas de objetos não estruturados para que bebês e crianças pequenas investiguem livremente. Nessa abordagem, a aprendizagem nasce da ação autônoma: manipular, comparar, reunir e separar constituem um laboratório de pensamento. Ao experimentar possibilidades, as crianças constroem hipóteses sobre o mundo físico e desenvolvem coordenação motora fina (pinça, pressão, encaixe), percepção espacial e auditiva, além de linguagem, nomeando materiais, qualidades e ações. A mediação adulta é discreta e essencial. Educadoras e educadores organizam o espaço, selecionam materiais seguros e variados, observam, registram e intervêm apenas quando necessário. Em vez de demonstrar “o jeito certo”, valorizamos as estratégias das próprias crianças, respeitando seus ritmos e interesses. Essa postura amplia a autonomia e a autorregulação, favorecendo competências que mais tarde sustentam desafios como a resolução de problemas, o planejamento e a persistência. Ao longo dessas vivências cotidianas, surgem sequências de ações que revelam esquemas de pensamento: enrolar e desenrolar fitas, colocar e retirar objetos de dentro dos potes, transportar coleções de um lugar ao outro, comparar sons de metais e madeiras, experimentar o encaixe de argolas em cabos. Cada descoberta abre caminho para outra, e o tempo estendido de exploração permite aprofundar ideias. “Quando oferecemos materiais variados e tempo de qualidade, as crianças mostram uma potência investigativa admirável. O silêncio de quem está concentrado diz muito”, comenta a coordenação pedagógica. O jogo heurístico dialoga com a nossa visão de infância: uma etapa competente, curiosa e criadora de cultura. Ao lado de outras experiências da escola, como a exploração da natureza, da água, da luz e das sombras. Essa proposta integra o currículo de forma concreta, conectando corpo e pensamento. Ao final, os registros fotográficos e os relatos das educadoras ajudam a tornar visível o que as crianças pensam e constroem com as mãos todos os dias. Para as famílias que desejarem experimentar em casa, a orientação é simples: selecione objetos seguros do cotidiano (sem peças pequenas soltas para bebês), organize em cestos por materialidade, ofereça tempo sem pressa e observe. Não é necessário “ensinar”; basta estar por perto, disponível para acolher descobertas e palavras. O essencial é preservar a curiosidade e reconhecer que, no brincar que parece simples, há ciência, linguagem e afeto em plena construção. Nas salas de bebês e crianças bem pequenas da Escola Ítalo, o jogo heurístico faz parte da rotina e se repete como uma prática constante de investigação silenciosa e intensa. Espalhados em cestos e tapetes, objetos do cotidiano de diferentes materiais (madeira, metal, tecido, cortiça, escovas, conchas, potes, argolas, correntes leves) estão sempre disponíveis para que as crianças explorem com todos os sentidos. Sem instruções prévias, elas cheiram, sacodem, combinam, empilham, enfileiram e descobrem relações entre peso, som, temperatura e textura. O ambiente preparado reduz interrupções e favorece longos tempos de concentração. A proposta se inspira no conceito de jogo heurístico, sistematizado por Elinor Goldschmied, que defende a oferta de coleções ricas de objetos não estruturados para que bebês e crianças pequenas investiguem livremente. Nessa abordagem, a aprendizagem nasce da ação autônoma: manipular, comparar, reunir e separar constituem um laboratório de pensamento. Ao experimentar possibilidades, as crianças constroem hipóteses sobre o mundo físico e desenvolvem coordenação motora fina (pinça, pressão, encaixe), percepção espacial e auditiva, além de linguagem, nomeando materiais, qualidades e ações. A mediação adulta é discreta e essencial. Educadoras e educadores organizam o espaço, selecionam materiais seguros e variados, observam, registram e intervêm apenas quando necessário. Em vez de demonstrar “o jeito certo”, valorizamos as estratégias das próprias crianças, respeitando seus ritmos e interesses. Essa postura amplia a autonomia e a autorregulação, favorecendo competências que mais tarde sustentam desafios como a resolução de problemas, o planejamento e a persistência. Ao longo dessas vivências cotidianas, surgem sequências de ações que revelam esquemas de pensamento: enrolar e desenrolar fitas, colocar e retirar objetos de dentro dos potes, transportar coleções de um lugar ao outro, comparar sons de metais e madeiras, experimentar o encaixe de argolas em cabos. Cada descoberta abre caminho para outra, e o tempo estendido de exploração permite aprofundar ideias. “Quando oferecemos materiais variados e tempo de qualidade, as crianças mostram uma potência investigativa admirável. O silêncio de quem está concentrado diz muito”, comenta a coordenação pedagógica. O jogo heurístico dialoga com a nossa visão de infância: uma etapa competente, curiosa e criadora de cultura. Ao lado de outras experiências da escola, como a exploração da natureza, da água, da luz e das sombras, essa proposta integra o currículo de forma concreta, conectando corpo e pensamento. Ao final, os registros fotográficos e os relatos das educadoras ajudam a tornar visível o que as crianças pensam e constroem com as mãos todos os dias. Para as famílias que desejarem experimentar em casa, a orientação é simples: selecione objetos seguros do cotidiano (sem peças pequenas soltas para bebês), organize em cestos por materialidade, ofereça tempo sem pressa e observe. Não é necessário “ensinar”; basta estar por perto, disponível para acolher descobertas e palavras. O essencial é preservar a curiosidade e reconhecer que, no brincar que parece simples, há ciência, linguagem e afeto em plena construção.O Jogo Heurístico como parte viva da rotina das crianças bem pequenas